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Supermercados paulistas registram deflação de 0,21% em junho

A carne bovina manteve pelo sexto mês consecutivo retração nos preços, com destaque para o fígado, fraldinha e o acém que tiveram queda de cerca de 10%

São Paulo, julho de 2023 – O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe, registrou deflação de 0,21% no varejo de alimentos no mês de junho. As quedas mais expressivas dos preços são dos produtos semielaborados (-2,5%), das categorias de frutas (-1,50%), verduras (-1,13%), legumes (-5,67%) e das bebidas alcoólicas (-0,17%), que puxaram a retratação no mês.A inflação acumulada no ano ficou em 1,62%, menor patamar para o primeiro semestre dos últimos seis anos. No acumulado em 12 meses, a inflação desacelerou de 7,25%, em maio, para 5,62%, em junho. Todos os grupos que compõem o índice seguem a mesma tendência de rápida desaceleração e até mesmo os produtos de limpeza, de higiene e beleza, que desde 2020 apresentaram aumento constante, nos últimos meses inverteram a tendência e estão desacelerando significativamente.

O resultado de junho consolida o cenário projetado pela APAS para 2023. Conforme projeções elaboradas pela instituição, a expectativa é de que o índice de preços do setor supermercadista mantenha a tendência de desaceleração e, caso não haja nenhuma mudança abrupta nos cenários doméstico e internacional, encerre o ano no menor patamar desde o início da pandemia.Diante deste cenário, reforçamos nossa análise já transmitida em comunicados anteriores: a menor pressão inflacionária aferida tanto pelo IPS quanto pelo IPCA, assim como o baixo ritmo da atividade econômica interna, sobretudo o consumo das famílias, possibilitam a redução da taxa básica de juros sem o comprometimento dos fundamentos econômicos e da meta de inflação determinada para o ano corrente. A APAS defende que o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central inicie o ciclo de redução da taxa Selic já na próxima reunião.

Semielaborados

A categoria de produtos semielaborados apresentou deflação de 2,5% em junho. Todas as subcategorias registraram redução de preços no período. A carne bovina manteve pelo sexto mês consecutivo queda de preços, com retração de 1,8% no mês. No acumulado do ano, a carne bovina acumula queda de 6,72% e cortes do boi, como o fígado, fraldinha e o acém tiveram queda próxima de 10%, com variação respectiva de 10%, 9,7% e 9,5%, respectivamente. A redução no preço da carne bovina é resultado do menor custo de engorda do boi de corte. A conjunção de chuvas abundantes no início do ano; redução do preço da ração animal e, principalmente, alteração na dieta de engorda, com maior participação de pasto e menor participação de ração animal; além do embargo temporário entre fevereiro e março das exportações à Rússia e à China, refletiram na queda de preço da proteína.

A redução do preço da ração animal produziu efeito no preço do frango. Em junho, o quilo do frango ao consumidor paulista recuou 5,05% e no ano 16,04%. O cenário do preço do frango no primeiro semestre de 2023 é o oposto em comparação com o mesmo período de 2022. Em junho de 2022, o quilo do frango acumulava alta de 26,8% em 12 meses, já em junho de 2023, apresentou queda de 17,9%.A carne suína também deflacionou em junho (-2,8%), porém, no acumulado em 12 meses ainda segue em alta (4,6%). No período pré-pandemia, devido a uma forte demanda asiática, o preço da proteína suína chegou a aumentar mais de 30%, mas de 2021 em diante, com a política mais rígida de controle do novo Coronavírus em todo o mundo e a restauração dos rebanhos chineses livres da peste suína africana, as exportações da carne de porco no Brasil diminuíram e o preço ao consumidor interno entrou em tendência de queda, porém no início do ano voltou a subir. No encerramento do primeiro semestre, a alta nos preços dos cortes da carne suína tem sido moderada.

Os pescados ficaram relativamente estáveis em junho (-0,1%). No acumulado do primeiro semestre do ano e nos últimos 12 meses, o preço dos pescados apresentou variação de 1,25% e 3,28%, respectivamente.

O preço do leite recuou 2,42% em junho, porém o primeiro semestre do ano, segue com o acumulado em alta de 10,9%. O aumento no preço do leite, no início de 2023, está relacionado tanto à redução dos estoques dos produtores, quanto do aumento dos custos de produção. Os valores do aumento de custos foram repassados em parte, entre janeiro e abril, para diferentes tipos de produtos, como o leite em pó, leite condensado, creme de leite e os queijos. Mesmo com a forte alta de 2023, o preço do leite ao consumidor final ainda é 1% inferior em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A subcategoria de cereais deflacionou 2,81% no mês, impulsionado pela forte redução do preço do feijão (-8,9%) e do milho, que deflacionou 2,85%. O arroz apresentou alta de 0,41%, impedindo queda ainda maior do índice.

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