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Equipamento capaz de eliminar o uso de agrotóxicos em estocagem de grãos é lançado na Febrava 2019

Cientistas da UFGD apresentam uma solução que minimiza desperdício de alimentos e pode aumentar a qualidade de cafés apenas com controle de temperatura e umidade.

Anualmente, o Brasil descarta cerca de 40 mil toneladas de alimentos, de acordo com o setor de Mudanças Climáticas do World Resources Institute (WRI) Brasil, o que coloca o país entre os 10 que mais desperdiçam comida. O transporte e a armazenagem corretos são apontados como fatores fundamentais para reverter esta situação. A Ilha da Cadeia do Frio, espaço de 600 m² na  FEBRAVA – 21ª Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento, Tratamento do Ar e da Água traz soluções inovadoras que repensam a forma de armazenar e transportar alimentos.

Um produto desenvolvido por cientistas da Universidade Federal da Grande Dourados emprega um novo processo de armazenamento de grãos. O Controlador Autônomo de Condições Psicométricas para Secagem, Resfriamento e Conservação de produtos agrícolas trabalha em cima das equações da umidade e equilíbrio. De acordo com o engenheiro agrônomo e coordenador da pesquisa Rodrigo Jordan, o produto resfria o grão e evita a proliferação de insetos, que é a principal causa de deterioração dos armazenados.

No caso dos grãos de produção em grande escala, o equipamento pode substituir o uso de agrotóxicos. “Durante a armazenagem, para evitar proliferação de insetos, são utilizados agrotóxicos diretamente na massa de grãos. Com o resfriamento e controle, o uso não é necessário. O consumidor terá um produto de melhor qualidade e de menor custo já que há economia com produtos químicos e de energia durante a estocagem”, explica.

Desenvolvido em 2015 e agora em fase de implementação, o equipamento conseguiu aumentar a nota de um café só com o processo de secagem. “Já é sabido que reduzir a temperatura no processo de secagem do café melhora a qualidade, só que não existia um equipamento para fazer isso. O café é seco normalmente à 50º, 60º, e isso reduz a qualidade. Nós conseguimos secar com essa máquina à 20º, 15º e 12º. Esse café que estava tirando uma nota 81 e passou a ter uma nota 86. O processo agregou valor ao produto.” conclui.

A proposta da Ilha Cadeia do Frio é trazer empresas com ideias que buscam sustentabilidade, eficiência energética e que, consequentemente, trarão benefícios ao cliente final. “A importância da cadeia do frio é transmitir não só para a população, mas para empresas que trabalham com produtos sob controle de temperatura que não basta uma etapa estar perfeita. É preciso estar tudo perfeito, desde a matéria-prima, processo, armazenamento, transporte, pontos de venda. Nós trazemos aqui a importância do elo entre toda a cadeia”, explica Eduardo Dória, coordenador do espaço.

O transporte correto de alimentos também evita desperdício

Outra empresa com produto inovador da Ilha Cadeia do Frio é a MG Link Truck, fabricante de carrocerias frigoríficas para transporte refrigerado. O baú frigorífico, todo revestido em fibras internas e externas, e selado com cola PU tem uma redução de até 20% no peso em comparação com os baús convencionais.

A tecnologia foi desenvolvida para manter 18º negativos, com uma perda mínima de temperatura com o “abre e fecha” de portas. Francisco Camargo, diretor comercial da empresa, explica que a temperatura extremamente regulada impede a fuga de frio durante o dia de operações. “Se esse caminhão trabalhar o dia todo e tiver que voltar para a base, vai voltar exatamente dentro da temperatura exigida para a manutenção do alimento. O transporte de frios tem uma perda aproximada de 25%. Com esse processo de refrigeração, não há taxa de perda de alimentos.”

 

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