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O salto tecnológico da construção civil

O salto tecnológico da construção civil

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Em São Paulo, toda a cadeia produtiva se reuniu no mês passado, para mostrar os avanços e desafios do sistema construtivo Ligth Steel Frame (LSF). O sistema no Brasil está maduro, de acordo com especialistas do setor da construção a seco e o congresso mostrou as boas práticas, os próximos desafios e cases de sucesso no Brasil e no mundo.

O 2º Congresso Latino-Americano de Steel Frame, realizado nos dias 11 e 12 de maio, no Maksoud Plaza, em São Paulo reuniu grandes especialistas da construção industrializada e mostrou que, mesmo em meio à crise que o Brasil enfrenta, o setor cresce por aqui e traz uma luz para as construtoras e governo no que diz respeito a custos, prazos, sustentabilidade e eficiência construtiva. Foram 580 congressistas inscritos e mais de 650 profissionais da arquitetura, engenharia e construção circulando em três ambientes do Maksoud Plaza em São Paulo.  Diversos países, como Chile, Argentina, Peru, Uruguai, Chile, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Nova Zelândia e África do Sul, foram representados no evento, tanto com a presença de congressistas, como de palestrantes, empresários e integrantes de instituições da construção, além de instituições de ensino.

O LSF avança em diversos países e tem-se mostrado como uma das melhores alternativas para a construção civil atual, por se alinhar às necessidades deste século: prazos curtos, eficiência produtiva, redução de impacto ambiental, mão de obra qualificada e economia. Ainda longe da ampla disseminação que experimenta nos Estados Unidos e em países europeus, a construção em aço tem crescido no Brasil. Nos últimos anos, o potencial do sistema construtivo tem sido cada vez mais explorado em projetos de estádios esportivos, aeroportos, pontes e viadutos, nos segmentos comercial, industrial e hoteleiro. Obras como o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, mostram que os limites do aço podem ser abordados com intensidade, em especial em grandes balanços de cobertura. Esse avanço se deve a um conjunto de fatores que inclui a racionalização do processo construtivo, a redução de mão de obra, a rapidez e a precisão da execução, proporcionadas pela solução estrutural.

Para a organizadora e idealizadora do Congresso, diretora da Take Comunicação e da Mictech Cursos, Luana Carregari, o Light Steel Frame é hoje uma realidade em nosso país. “Reunir os mais importantes profissionais, indústria, entidades de classe e lideranças da construção civil, neste momento difícil que o país atravessa, representa, de fato, a busca de alternativas, oportunidades e novas soluções para o setor”.  Luana Carregari enfatiza ainda que esta 2º edição do evento respondeu a questões importantes sobre a vocação do Light Steel Frame, as melhores práticas, fatores que determinam seu uso, a integração com outros sistemas, os problemas que o sistema vem enfrentando, e os novos desafios de gestão. “Os cases apresentados, tanto do Brasil, quanto de outros países nos colocam indiscutivelmente em outro patamar. Este é o salto tecnológico da construção civil e, ao contrário do que muitos pensam, o Light Steel Frame não compete com outros sistemas, mas coloca-se como uma opção, um agregador, que apresenta possibilidades e soluções eficientes para diferentes projetos, compondo inclusive com outros sistemas. Os profissionais reunidos nestes dois dias de evento  estão construindo um futuro diferente , os novos paradigmas para o setor da construção civil”, finaliza a idealizadora do evento.

Para a engenheira civil Catia Mac Cord Simões Coelho, consultora da ABCEM (Associação Brasileira da Construção Metálica) O 2º Congresso Latino-Americano de LSF reforçou os argumentos sobre a vocação do sistema LSF. “Novos casos inquestionáveis de sustentabilidade, de versatilidade, ganhos em rapidez foram apresentados no congresso, assim como a evolução nas aplicações em fachadas e até mesmo o desenvolvimento de fundação em LSF. Foi reiterado como a produtividade vem da tecnologia, da industrialização e, principalmente, do planejamento. O uso do sistema LSF tem tendência crescente relevante. As experiências latino-americanas convergem em relação à prioridade da normalização e conscientização das características do sistema. Foi mostrada a flexibilidade e desempenho do sistema ao possibilitar o equilíbrio entre a durabilidade e a eficiência energética em nosso país”, afirmou a engenheira. Ela acrescentou que a capacitação contínua da mão de obra está acontecendo e o congresso deu sua contribuição nesse sentido.

Na opinião do conselheiro do CREA-SP -Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e Agronomia de São Paulo, Márcio de Almeida Pernambuco, o congresso fez com que um número maior de profissionais da área tivesse o conhecimento do que é o Light Steel Frame e de como ele pode ser eficiente e rápido, além de mudar conceitos errados que estavam arraigados sobre esse sistema construtivo. “Acho muito saudável e vejo com muito prazer este Congresso, porque mais pessoas estão buscando o Light Steel Frame como uma alternativa, que é bastante viável e saudável para o mercado brasileiro. Apoiamos o primeiro e o segundo congresso, pois acreditamos na necessidade de crescimento deste sistema”.

Uma mudança cultural sobre construção a seco tem sido notada pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço – CBCA- que na última pesquisa (2013-2014) aponta um crescimento de mais de 20% na produção de perfis de aço, utilizados no sistema LSF.  “As boas práticas do sistema também estão sendo difundidas e este congresso cumpre este papel, reunindo a cadeia produtiva e promovendo o debate entre os profissionais, fabricantes, entidades da construção civil e entidades difusoras da construção industrializada, disse Carolina Fonseca, gerente executiva do CBCA. “A construção industrializada não é mais algo que podemos chamar de “novo”, uma vez que em países como Japão, Estados Unidos e Europa já é muito difundida e utilizada. Precisamos mostrar a eficiência do sistema e difundir cada vez mais. O Congresso mostrou a seriedade e a qualidade que o sistema vem alcançando no Brasil e demais países da América Latina”, afirmou Carolina.

O ciclo da construção no Brasil tem fases e os escritórios de arquitetura acabam acompanhando essas mudanças, mas enfatizo que os escritórios precisam buscar informação e capacitação para os processos de construção industrializada, cujos projetos precisam ser adequados ao sistema construtivo, como o Light Steel Frame, por exemplo, e se livrar do preconceito em relação aos métodos inovadores, uma vez que já está comprovado que podem ser aplicados em todos os tipos de construções e também podem interagir com outros sistemas, o que chamamos de construção com sistemas mistos. O congresso é o que chamo de lição de casa para arquitetos e projetistas. Um evento como este, rico em informações e cases, aliado a uma feira onde se conhece todas as novidades do setor de Steel Frame faz com que haja conscientização da viabilidade e qualidade do sistema por parte dos projetistas, construtores e indústria, afirmou Mirian Addor, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – Asbea.

Um dos palestrantes do 2º Congresso, BernardobTutikian, coordenador do ITT Performance (Instituto Tecnológico em Desempenho da Construção Civil da Unisinos) observou que no evento havia muitos profissionais gabaritados, alunos em formação e empresas sedentas por negócios com o steel frame. “Tenho certeza que foi favorável para a indústria e para o país”.

A diretora comercial da Construcril, Karin Bisoni, uma das patrocinadoras do congresso, reforça a opinião do professor da Unisinos e garante que no próximo evento a empresa estará presente, uma vez que os negócios gerados, bem como a organização do evento foram muito satisfatórios para a empresa, que faz parte do Grupo VR e está há 25 anos no mercado de soluções para a construção civil.

O patrocinador da América do Norte, Dennis Deppner, Technical Services Manager, da Master Wall, disse que o Congresso proporcionou uma visão ampla da arte do Steel Frame no Brasil e na América do Sul, incluindo aspectos econômicos, oportunidades e design.

O evento foi apoiado e prestigiado pelas mais importantes instituições do setor de engenharia, arquitetura, construção e ensino. São elas o CREA-SP (Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e Agronomia de São Paulo), CAU-SP (Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo), Asbea (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura), CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço), ABCEM (Associação Brasileira da Construção Metálica), ICZ (Instituto de Metais não Ferrosos), CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria dos Materiais de Construção), ProAcústica (Associação Brasileira para a Qualidade Acústica), ITT Performance (Instituto Tecnológico em Desempenho da Construção Civil), IUCOSE (Instituto da Construção a Seco do Uruguai), INCOSE (Instituto da Construção a Seco da Argentina), CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), ACOMAC-SP (Associação dos Comerciantes de Material de Construção de São Paulo), ADIMACO (Associação Nacional dos Distribuidores e Instaladores de Material da Construção a Seco) e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

Números do 2º Congresso Latino-Americano de Steel Frame:

Apresentações e cases em sete painéis: 24

Ciclo de Palestras Técnicas: 8

Palestras no 1º Fórum de Negócios e Sistemas Construtivos Inovadores: 25

Número de inscritos: 580

Número de visitantes: 650

Número de Estandes: 30

Número de patrocinadores: 30

Público: Engenheiros, arquitetos, empreendedores, empresários, estudantes, professores e tecnólogos do setor de engenharia e construção.

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