O possível impacto das incertezas políticas e econômicas na tomada de decisão de investimentos de longo prazo derrubou as projeções do empresariado da construção em junho. Segundo o Índice de Confiança da Construção, o componente que mede as expectativas futuras caiu 6,5 pontos, na comparação com maio. Esta é a maior queda registrada na série histórica.
“São fatores que afetam toda a economia, mas para um setor que depende do médio e longo prazo, acaba afetando mais”, diz a coordenadora de projetos da construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo.
Mesmo assim, ela destaca que é prematuro definir se a piora nas expectativas é permanente e tende a retrair novamente nos próximos meses ou se apenas demonstra uma acomodação de um indicador que estava muito positivo. “Ainda é cedo para dizer se as empresas vão segurar os lançamentos ou não”, diz.
O ponto positivo, de acordo com ela, é que a queda das expectativas não têm nada a ver com o desempenho da situação corrente. “De 2016 em diante vimos um ritmo forte de recuperação do IE, enquanto o ISA demorou para reagir, aumentando a distância entre eles. Agora, o ISA tem mantido uma melhora lenta e as expectativas despencaram”, diz.
Em resumo, a especialista acredita que há uma melhora do setor, e que o pior passou. Contudo, o que foi colocado em xeque é a sustentabilidade dessa melhora.
Fonte: DCI