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Brasil é destaque no ranking de construções sustentáveis

A preocupação com o meio ambiente tem feito o Brasil se destacar no ranking mundial de construções sustentáveis e isso porque os projetos verdes não estão mais restritos aos bairros mais sofisticados das nossas cidades.

O espaço é compartilhado e eles convivem bem: o verde e a tecnologia. Tem a placa solar, que produz calor e uma outra, chamada de fotovoltaica, que transforma a luz do sol em corrente elétrica: uma parceria que gera economia.

“A gente fez os cálculos e a gente pode chegar até uma redução de até 70% na conta de energia”, disse o administrador de empresas Henrique Cury.

Uma casa, em um bairro nobre de São Paulo, foi projetada para aproveitar de um jeito bacana tudo o que a natureza nos dá. O vento tem entrada livre pelos janelões, que também ajudam na iluminação; a água da chuva penetra no piso poroso da área externa e vai direto para uma cisterna escondida no alicerce; a madeira é de demolição. Mas morar assim tem seu preço.

“A curto prazo, você tem um aumento de mais ou menos 5% a 6% do valor da construção, mas, a partir do terceiro ano, já é uma economia líquida no bolso, né?”, contou o empresário.

Construir e viver de forma sustentável não precisa, necessariamente, custar rios de dinheiro. Muitas das facilidades e também da tecnologia que o pessoal da casa, que tem aí uns 290 metros quadrado, tem, a gente encontra em um sobrado, erguido em uma região pobre da capital paulista. Lá, seis casas dividem o espaço com a sede do Instituto Favela da Paz, que foi fundado há uns sete anos. E todo o sistema de sustentabilidade que funciona no local foi criado pela própria comunidade.

As luzes lá também se acendem com a ajuda da luz solar. O coordenador do Instituto Favela da Paz, Fábio Miranda, usou material de segunda mão e até inventou uma lâmpada.

“Quatro plaquinhas dessa, cada plaquinha tem três volts, se eu pegar quatro, três, seis, nove, 12, ligar em série, 12 volts. E a garrafa pet foi doada por um amigo, ele pegou para mim. Então a gente tem aqui, controlada via bluetooth, uma lâmpada totalmente sustentável sem custo algum”, disse.

A água da chuva segue pela calha do telhado até a caixa e depois vai para as descargas, mas o que enche os olhos é o biodigestor, que transforma o lixo em gás para cozinha, e que é feito com contêineres usados e mais umas coisas que não custaram nada para o instituto. Como o tanque de lavar roupa, que estava jogado.

Fábio: É onde tem o processador, né? Todo alimento, toda matéria orgânica que vai lá para dentro ela é processada.
Repórter: Esse processador você comprou?
Fábio: Esse processador um amigo meu trouxe de presente. Hoje esse sistema está interligado com a minha casa, interligado com outra casa aqui embaixo. Às vezes, a gente tem 30, 40 pessoas e a gente cozinhando com biogás.

O que resta do processamento é um chorume.

Fábio: É o segundo produto do biodigestor, que é o biofertilizante
Repórter: E aí você usa na horta?
Fábio: Isso. A gente abastece e geralmente eu faço uma mistura para cada um litro de biofertilizante, de oito a dez litros de água.
Repórter: E você também doa para a comunidade?
Fábio: Sim.

Exemplos como o da favela e o do bairro chique têm feito o Brasil se destacar no ranking mundial de construções sustentáveis.

“Trata-se de um sistema presente de certificação presente em 165 países onde o Brasil é o quarto país com maior número de projetos”, afirmou o diretor-executivo da Green Building Council Brasil, Felipe Faria.

“Quanto mais eu viver conectado com isso mais paz eu tenho, mais autossustentável a gente pode ser”, disse Fábio Miranda.

Fonte: Globo.com

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