O segmento de aquecimento solar no Brasil comemora desempenho de destaque no cenário mundial. Entre 2010 e 2015, o setor teve um crescimento de 8% no país, ocupando a 3ª posição no ranking mundial, ficando apenas atrás de China e Turquia. Em 2015, o país ocupou a segunda posição em volume físico de produção. Os dados são da agência alemã Sol Rico, que apurou os dados de 18 países.
Segundo a última pesquisa do DASOL – Departamento Nacional de Energia Solar Térmica, da ABRAVA, em 2015, foram produzidos 7.968 GWh de energia, com 12,4 milhões de metros quadrados acumulados de área instalada. São cerca de 6 milhões de residências que já dispõem do equipamento. Para se ter uma ideia, a capacidade de produção de energia dos sistemas solares instalados hoje no Brasil seria capaz de atender ao consumo de toda a classe comercial brasileira, durante um mês.
“Mesmo com a descontinuidade do programa Minha Casa Minha Vida e a crise que ocasionaram um decréscimo de 2,7% na produção em 2015, nosso setor ainda se mantém como destaque internacional”, afirma o presidente do DASOL Amaurício Gomes Lúcio. “O país está passando por uma fase difícil, mas nosso papel como entidade é elaborar estratégias para fortalecer o setor e ajudá-lo a crescer. O desfecho de uma solução política para o País, seja ela qual for, permitirá uma melhor noção da economia e uma consequente retomada nas obras, tanto para manutenção quanto daquelas que ficaram paradas. Estamos otimistas”, acrescenta.
Economia silenciosa
Para Marcelo Mesquita, secretário executivo do DASOL, os 12 milhões de m² instalados já promovem uma economia silenciosa que os sistemas de aquecimento de água instalados em vários segmentos representam. “Por exemplo, a maior parte do consumo de energia de uma casa vai para aquecer a água do banho e, portanto, o chuveiro deve ser o primeiro item em uma ação de medida de economia de energia. Pode-se ter uma economia de até 40% na conta com a instalação de um sistema desse tipo, com retorno do investimento em cerca de 2 anos, que é relativamente barato quando comparado com outras formas de energia limpa. Quando o consumidor tem acesso a esta informação, a procura aumenta”, diz.
A energia solar térmica tem sido inclusive apontada pelos projetistas como uma grande alternativa para melhorar o payback (retorno sobre o investimento) de projetos com o sistema fotovoltaico, ainda considerado caro para a maioria dos brasileiros. Como a energia solar térmica é muito mais barata que a fotovoltaica, um projeto que contemple as duas tecnologias torna-se uma combinação mais atrativa”, esclarece Mesquita.
Pensando nisso, a entidade está desenvolvendo um estudo com foco em eficiência energética, que será publicado ainda no primeiro semestre do ano, com o intuito de apontar a melhor solução para a energia solar no País. O presidente da ABESCO – Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Conservação de Energia, Alexandre Moana, defende que antes de se instalar um sistema fotovoltaico, deve-se optar primeiramente pelo solar térmico. Grande parte da energia, cerca de 40%, já é compensada. Em seguida, deve-se pensar no fotovoltaico, para atender ao restante da demanda da casa. “Estamos juntos com o DASOL da ABRAVA para a construção deste modelo ideal, que une o solar térmico e o fotovoltaico para uma solução precisa”, acrescenta.
A pesquisa do DASOL abordou a produção de coletores solares classificados por tipos: aberto, fechado e a vácuo. Os coletores abertos são normalmente utilizados para piscinas, pois não possuem cobertura transparente e nem isolamento térmico. Os coletores fechados planos e de tubo a vácuo são utilizados para fins sanitários. Os abertos representam hoje 43,5% dos instalados; os fechados 54,7% e os a vácuo 1,8%. Em 2015, houve decréscimo dos coletores abertos de 5,3% e nos coletores fechados foi 1,8 %. Os coletores de tubos de vácuo, apresentaram crescimento expressivo de 57,9%.
Fonte: DASOL