Projeto de interiores da nova sede da Localiza em Belo Horizonte reforça marca, enquanto transforma ambientes e proporciona conforto para colaboradores.
A arquitetura tem o poder de transformar a postura das pessoas, suas ações e a relação que têm com o ambiente, inclusive o corporativo. Mesmo sem entender de conceitos técnicos, é possível sentir, ao entrar em um prédio, se seu interior transmite identidade, organização, conforto e bem-estar. Dessa forma, a nova sede da Localiza, no bairro Cachoeirinha, na região Nordeste de Belo Horizonte, significa mais do que um moderno e imponente edifício de 26 andares, em uma área de 30 mil m².
“Nosso projeto foi feito para andar junto com o desenvolvimento da nova marca, fortalecendo a imagem corporativa da empresa, usando conceitos de conforto e tecnologia. O prédio precisava ter imagem de modernidade, profissionalismo e eficiência que a própria Localiza tem. Esses conceitos dos valores da empresa foram sentidos em diversas entrevistas que fizemos com diretores e colaboradores, entendendo suas demandas e necessidades”, comenta o arquiteto João Carlos Moreira Filho, da Morence – Arquitetura e Design, escritório responsável pelo projeto de interiores da obra.
“Tudo foi pensado com carinho para os colaboradores”, acrescenta a design de interiores Maria Thereza Terence, sócia da Morence. Assim, mobiliário, iluminação e acabamentos foram cuidadosamente inseridos no projeto, de forma que proporcionassem conforto e comodidade. “Quando o conceito é bem executado e resulta em um ambiente como esse, a produtividade, o orgulho de fazer parte aumentam. É muito bom entrar hoje no edifício e encontrar as pessoas orgulhosas, sentindo-se valorizadas e sabendo que fizeram parte de tudo isso”, conta Maria Thereza.
Conforto ambiental
Passar horas sentado, trabalhando, pode ser exaustivo, ainda mais com a mobília errada. Por isso, um dos itens essenciais de trabalho, a cadeira, foi escolhida a dedo, segundo Moreira. “Fizemos testes, pesquisas e encontramos um modelo totalmente ajustável, que favorece a ergonomia por completo”.
Já as persianas “inteligentes” descem automaticamente à medida que o sol chega às amplas janelas. “O conforto térmico também é essencial para o desempenho e o bem-estar no trabalho”, explica o arquiteto.
A acústica também foi levada em conta. Em um dos andares de call center, com 220 colaboradores falando ao telefone simultaneamente, o ruído das vozes não é desconfortável, nem afeta a produtividade. “Existem elementos que impedem ou reduzem a reverberação – quando som ‘bate e ecoa’ – como forro, carpete, painéis e até gaveteiros com pequenos orifícios que permitem a absorção do som”, conta Moreira.
Já as salas de descompressão foram feitas para que os profissionais se “desligassem” momentaneamente do trabalho. “Esse ambiente é feito com um piso que lembra um gramado, poltronas superconfortáveis direcionada à copa das árvores”, pontua o arquiteto.
Se tudo isso ainda não for suficiente para resgatar a disposição, basta ir até o sétimo andar, pavimento do restaurante, e caminhar alguns passos para sair em uma área aberta de 3.800 m² com bancos, cadeiras acolchoadas, lanchonete, plantas e até jaboticabeiras. “Uma empresa ‘friendly’ recebe seus funcionários e visitantes bem, e eles se apropriam do espaço, como estão fazendo com a praça”, garante Maria Thereza.
Cores são identidade
Cada andar do edifício mantém nas cores a lembrança da marca da locadora de veículos. Elas aparecem no carpete, em painéis de vidro, na mobília, entre outros detalhes. Para Moreira, a cor é um elemento essencial da arquitetura, do design de interiores; um símbolo que fortalece a identidade da empresa.
Assim, Moreira reforça o papel da arquitetura em contar uma história. “A arquitetura remete a um tempo, algo que você fez, lembranças e sensações, mas ela desperta o novo, a surpresa. Pode parecer intangível, mas a arquitetura trabalha com isso. Ela tem o tijolo, o concreto, o sólido, mas é o sentimento que faz tudo isso acontecer”, completa Moreira.