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Arquiteto japonês sugere projeto de moradia provisória

Arquiteto japonês sugere projeto de moradia provisória

Shigeru Ban Architects1

Projetos de moradia provisória para populações em crise humanitária renderam a Shigeru Ban o Pritzker (o Nobel da arquitetura) em 2013. Poderia a crise habitacional de São Paulo, cujo deficit de moradias é de 230 mil unidades, se beneficiar desse tipo de solução?

Para Shigeru, a resposta é sim. Segundo ele, casas temporárias para vítimas de conflitos, tufões e terremotos, testadas em lugares como China e Ruanda, poderiam ser adaptadas às necessidades locais.

Shigeru Ban ArchitectsApós experimentar à exaustão o uso de tubos de papelão (como os de bobinas de tecidos) nesse tipo de moradia, o arquiteto japonês percebeu que a arquitetura provisória pode se tornar permanente.

“Mesmo um prédio de concreto pode ser temporário se as pessoas não gostarem dele. Arquitetura permanente é a que as pessoas gostam”.

Diversos projetos de Shigeru, pensados para durar pouco, estão em pé até hoje, como as escolas de papelão de Shengdu, na China, erguidas em 2008 após um terremoto.

O arquiteto descartou o uso do papel contra o deficit habitacional paulistano, mas sugeriu seu projeto “Nova Habitação Temporária”.

São casas modulares que já começaram a ser produzidas em uma fábrica nas Filipinas e terão filiais “em diversos países”. Não há projeto para virem ao Brasil.

Feitas de uma espécie de sanduíche de painéis de fibra plástica “recheados” com material isolante, essas casas podem ser construídas em “qualquer tamanho”. E, segundo o japonês, têm custo “muito baixo” de produção.

Projetos de habitação industrializada foram tentados no Brasil a partir dos anos 1950, mas não deram certo, diz o vereador e especialista em habitação social Nabil Bonduki (PT). “As iniciativas sofreram muita pressão das empreiteiras”.

Para a professora da FAU-USP Ermínia Maricato, a industrialização ajudaria a resolver o problema habitacional, mas a questão fundamental é o preço da terra. E, “enquanto o lucro das construtoras vier da valorização de terrenos, e não da produção, elas não vão investir na racionalização da construção”.

Fonte: Folha de S. Paulo

Fotos: Shigeru Ban Architects

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