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Mercado de orgânicos cresce saudável e ambientalmente responsável

Da roça para a mesa, a cadeia dos alimentos orgânicos no Brasil tem inovado para cumprir os padrões de segurança alimentar

São Paulo, outubro 2021 – Os produtos são saudáveis, o mercado só cresce, a produção não agride ao meio ambiente e os preços não são necessariamente altos. Os alimentos orgânicos vêm ganhando bastante importância em qualquer perspectiva que se analise. Caiu no gosto e nos hábitos de consumo de muitos brasileiros. O mercado nacional de orgânicos movimentou cerca de R$4,5 bilhões no país, em 2020, segundo levantamento da Euromonitor. O número de unidades de produção cadastradas no MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também cresceu 5,4% no ano passado, chegando a 22.427 unidades.

A cadeia dos alimentos orgânicos carrega muita inovação para cumprir padrões ambientalmente responsáveis e de segurança alimentar. E boas práticas vêm sendo adotadas por produtores rurais, como Rafael Coimbra, que montou um modelo de gestão bastante diferenciado para o cultivo de orgânicos.

De sua fazenda em Santa Cruz da Conceição, no interior de São Paulo, há a produção do que ele chama de “demanda programada”. O que começou como uma pequena horta apenas para as necessidades da família, em 2015, hoje a Sta. Julieta Bio distribui semanalmente mais de 200 cestas com verduras, legumes, raízes ou tubérculos, ervas para chá, temperos e frutas variadas, além de fornecer orgânicos para 20 restaurantes e três indústrias.

São 130 produtos absolutamente sem nenhum agrotóxico, cultivados ao longo do ano. “A demanda programada é justamente um modelo em que não tem de cumprir os padrões do mercado. Assim, se não é época de berinjela, por exemplo, na cesta que fornecemos irá outro tipo de legume condizente com o seu período de colheita”, explica.

Segundo ele, isso é um diferencial enorme uma vez que é possível fazer a rotação de culturas, permitindo trabalhar melhor os micronutrientes do solo e ainda diminuir o consumo de adubo orgânico externo. “A gente preza a biodiversidade, nosso bioma é a Mata Atlântica e assim propomos comer o que a Natureza está trazendo e provendo”, complementa.

Mas o modelo adotado pela Sta. Julieta Bio não é só isso. Foi preciso chamar para a cadeia de produção os consumidores, a partir do trabalho instituído como CSA – Comunidade que Sustenta a Agricultura.

O CSA é feito em conjunto entre produtores e consumidores. Os membros da comunidade se comprometem a cobrir o orçamento do plantio por um determinado período de tempo, o que permite que o produtor não fique exposto às pressões do mercado e possa programar melhor sua produção, evitando desperdícios no campo.

Na outra ponta, para o consumidor final, muitas redes de supermercados há tempos adotam a seção “Orgânicos” nas gôndolas. O Supermago, com cinco unidades localizadas na zona Norte de Porto Alegre (RS), iniciou a comercialização de alimentos orgânicos em 2014 com produtos como café, açúcar, achocolatado, entre outros. Hoje o Supermago vende desde hortifrútis até itens de mercearia, com crescimento constante ao longo desses anos, segundo a diretora Patrícia Machado.

Atualmente, a rede possui 15 fornecedores de orgânicos, o que inclui também produtos veganos. Quanto aos planos de expansão, Patrícia adianta que a ampliação caminha junto com a demanda e necessidade dos clientes. “Hoje, em nossa cidade, já somos referência nesta linha de produtos nas lojas Jardim Planalto e Central Parque”, afirmou.

Orgânicos em Movimento na ANUFOOD Brazil

Um setor robusto como esse, ganhando cada vez mais musculatura, não poderia ficar de fora da ANUFOOD Brazil 2022 – Feira Internacional Exclusiva para o Setor de Alimentos e Bebidas, que acontece entre os dias 12 e 14 de abril, no São Paulo Expo. Pela primeira vez, o evento terá um espaço dedicado aos alimentos livre de agrotóxicos: o “Orgânicos em Movimento”, iniciativa coordenada pela Organis – Associação de Promoção dos Orgânicos.

Segundo Michael Fine, gerente da ANUFOOD Brazil, “o espaço vai facilitar o encontro entre aqueles que produzem, os lojistas que buscam produtos diferenciados, os operadores de food service e o público em geral interessado nas novidades do mundo dos alimentos e bebidas saudáveis.”

Para o diretor executivo da Organis, Cobi Cruz, o objetivo da entidade é ampliar o relacionamento com toda a cadeia produtiva do setor, ou seja, gerar mais engajamento e também contribuir com o aumento no consumo de produtos orgânicos.

O executivo alerta que é preciso desmistificar a ideia de que todo alimento orgânico é caro. “A indústria reconhece e busca formas de aumentar sua participação junto aos consumidores. Na prática, é necessário investir em novos processos de produção para que o orgânico ganhe escala, diversidade e se torne cada vez mais acessível à população”.

A evolução do setor no Brasil

diretor executivo da Organis conta sua trajetória no mercado de orgânicos. “Em 2018, percebemos um movimento importante no país, com muitos brasileiros participando de feiras do setor de orgânicos aqui e fora para trazer estas experiências para seus negócios”. De acordo com ele, isso impulsionou o mercado nacional e já em 2020 houve um crescimento de 30% no faturamento.

“Ainda temos uma lacuna enorme, se comparado ao faturamento global, que representa cerca de U$ 120 bilhões, sendo que somente os Estados Unidos detém a metade desse faturamento, seguido por Alemanha e França, segundo dado da IFOAM/FbIL. No mercado americano esse setor já está bem organizado, com redes supermercadistas e grandes varejistas de orgânicos”, afirma.

Cobi Cruz ressalta que em quatro anos o mercado de orgânicos no Brasil praticamente dobrou. Mesmo com todos os desafios, o país continua sendo o celeiro do mundo e ainda há muito espaço para crescer. “O trabalho realizado pela Embrapa e outras iniciativas ligadas ao agronegócio e à agroecologia, agricultura familiar, por exemplo, confirmam o potencial que o país tem nesse amplo mercado de orgânicos”.

Serviço:
ANUFOOD Brazil
Data: Abril 12-14, 2022
Horário: 10h – 19h
Local: São Paulo Expo
Endereço: Rodovia dos Imigrantes Km 1,5 – Vila Água Funda, São Paulo – SP

Parceiros Estratégicos: ABIA, ABIR, APEX-BRASIL, EMBRAPA, FGV EUROPE e ITAL.

Parceiro Social: Gerando Falcões

Sobre a ANUFOOD Brazil – A ANUFOOD Brazil é organizada pela Koelnmesse Brasil em parceria com duas unidades da Fundação Getulio Vargas (FGV), a FGV Europe e a GV Agro, dedicando o devido espaço a toda diversidade das atividades relacionadas ao agronegócio e à indústria alimentícia e de bebidas. Dessa forma, compradores nacionais e internacionais terão a oportunidade de se encontrar em um mesmo local para realizar negócios, além de ter contato com as inovações da indústria. O evento acontece de 12 a 14 de abril de 2022, no São Paulo Expo, em São Paulo.

Sobre a Koelnmesse – Global Competence in Food and FoodTec: A Koelnmesse é líder internacional na implementação de feiras de alimentos e serviços e produtos relacionados a processamento de alimentos e bebidas. Feiras como a Anuga, a ISM – Feira Internacional de Doces e Biscoitos e a Anuga FoodTec são reconhecidas em todo mundo como líderes absolutas em seus setores. A Koelnmesse também organiza feiras líderes no setor de alimentos e bebidas em outros mercados emergentes no mundo todo, tais como: Brasil, China, Índia, Itália, Japão, Tailândia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. Com estas atividades globais, a Koelnmesse oferece aos seus clientes um completo portfólio de eventos qualificados, em diferentes mercados, que garantem uma rede de negócios sustentável e internacional.

Os próximos eventos da Koelnmesse:
ISM – A maior feira mundial de doces e petiscos, Colônia 30.01. – 02.02.2022
ProSweets Cologne – A feira internacional de fornecedores para a indústria de doces e salgadinhos, Colônia 30.01. – 02.02.2022

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