Por Mauricio Godinho*
O setor de Alimentos e Bebidas está sendo profundamente impactado pela pandemia e há mudanças irreversíveis em andamento. Os consumidores estão mais preocupados com a rastreabilidade dos produtos, há uma consciência alimentar crescente, mais ativismo nas mídias sociais e preocupações socioambientais. Por outro lado, o consumo nas residências também aumentou e o comércio eletrônico ajuda a tornar as vendas mais escaláveis.
Refletindo sobre esse cenário, as tendências a seguir ajudam a compreender como as empresas de Alimentos e Bebidas podem engajar mais os consumidores para viabilizarem novas estratégias operacionais e de negócios.
1- Pessoas no centro: prática do varejo seguro com foco nos colaboradores e clientes; métodos ágeis e equipes para entrega de projetos; capacitação de profissionais com funções e responsabilidades claras e processos de tomada de decisão ágeis.
2- Confiança: prática do conceito de varejo seguro com produtos mais saudáveis e sustentáveis; maior preocupação com reputação e marca, sustentabilidade (ESG); foco na preservação de caixa e gerenciamento de risco; foco em cumprir o que foi prometido.
3- Experiência do consumidor: adoção de ferramentas analíticas para entender novos hábitos de consumo; revisão de categorias e portfólio de produtos, com adequação aos novos hábitos; adoção da estratégia clique e retire, fortalecimento e expansão da entrega direta ao consumidor (Direct-To-Consumer (DTC)) e last mile (última milha); implementação de estratégia de preços dinâmica.
4- Cooperação e colaboração: prática do conceito de varejo seguro; métodos ágeis e equipes para entrega de projetos; conceito de “juntos somos mais fortes”; colaboração com outras empresas para fortalecer o segmento, o mercado e a economia.
5- Cadeia de suprimentos inteligente e resposta rápida: adoção da estratégia clique e retire, fortalecimento e expansão da entrega direta ao consumidor (Direct-To-Consumer (DTC)) e last mile (última milha); revisão das políticas de estoque; implementação de soluções de rastreamento; desenvolvimento de novos fornecedores e análises para verticalizar operações, foco em aumento de eficiência e eficácia.
6- Plataformas e novos modelos de negócios: prática do conceito de varejo seguro; implementação de estratégias Direct-To-Consumer (DTC), clique e retire / e last mile (última milha); ferramentas analíticas para entender hábitos de consumo; maior presença em marketplaces.
7- Utilizar e não apenas reter dados: adoção de ferramentas analíticas para entender novos hábitos de consumo; implementação de uma estratégia de preços dinâmica; uso de informações pessoais de forma segura e responsável (LGPD); ferramentas e sistemas para ações em tempo real.
8- Intensidade tecnológica: adoção de ferramentas analíticas para entender novos hábitos de consumo; implementação de estratégia de preços dinâmica; revisão da capacidade tecnológica para operação digitalizada; migração de operações para nuvem; adoção da cibersegurança.
Para além dos impactos da pandemia, os executivos de Alimentos e Bebidas precisam dedicar especial atenção sobre as estratégias que devem ser executadas e o modelo operacional que deve ser conduzido para que as empresas do setor sejam mais inovadoras, relevantes e assertivas. Certamente, fazendo uma leitura correta do cenário, e investindo em modelos mais ágeis e disruptivos, boas oportunidades serão aproveitadas para o sucesso nos negócios.
*Mauricio Godinho é sócio-diretor líder de Alimentos de Bebidas da KPMG no Brasil.
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