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Mercado de vinhos orgânicos avança 60% no Brasil nos últimos dois anos

A comercialização de vinhos produzidos a partir de uvas orgânicas cresceu cerca de 20% nos últimos cinco anos e já representam 2,8% do mercado mundial, segundo levantamento da empresa de pesquisas britânica Wine Intelligence. No Brasil esse avanço foi de 60% nos últimos dois anos, conforme dados da Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho).

“O consumidor cada vez mais está procurando produtos mais genuínos, orgânicos. É um movimento mundial que também chega com força no mercado brasileiro”, afirma Diego Bertolini, gerente de mercado da Ibravin.

A safra de 2019 no Estado do Rio Grande do Sul, que representa 90% da produção de vinhos no país, dá conta de que foram elaborados 671,3 mil litros de produtos derivados de uvas orgânicas, sendo 42,9 mil litros de vinhos e 628,4 mil litros de uva desta categoria. Esse foi o primeiro ano em que esse dado foi computado. Isso só foi possível após mudança no Sisdevin (Sistema de Cadastro Vinícola) da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul. Apesar do avanço significativo dos últimos anos, os 42,9 mil litros de vinho representam 0,03% dos 300 milhões de litros previstos para 2019.

“É o nicho, do nicho do nicho. Porém, quando se fala do microambiente de vinho, do restaurante de comida sustentável, do movimento orgânico, e dos grandes centros de consumo, é sim um movimento em voga”, afirma Rodrigo Lanari, proprietário da Winext, que representa a consultoria Wine Intelligence no Brasil.

O executivo explica que o próprio consumo geral de vinho no país ainda é baixo. “O Brasil é um mercado emergente e o consumo per capita é baixo, ao redor de 2 litros/ano por habitante. É verdade que se popularizou muito nos últimos dez anos com o ingresso de 9,8 milhões de novos consumidores regulares da bebida no período de 2010 a 2018; mas o consumo de vinho orgânico ainda está restrito a uma elite. O consumidor regular de vinho, que perfaz cerca de 32 milhões de pessoas, este consumidor ainda não tem entendimento do orgânico a própria indústria do vinho não está sendo capaz de explicar o que é”, diz Lanari.

Ele explica que outro diferencial está nos rótulos ecologicamente sustentáveis, que não necessariamente precisam ser orgânicos, estes, que dependem de certificação. “Para o consumidor o vinho já é um produto natural, já que é feito de uva. E isso precisa ser melhor explorado com os orgânicos. Nossas pesquisas indicam que o termos “sustentável” muitas vezes é melhor compreendido pelo consumidor”, afirmou.

Além do orgânico

Quem já conseguiu se fazer entender nesse mercado do “nicho, do nicho do nicho” dos vinhos orgânicos foi a Cooperativa Garibaldi, do Rio Grande do Sul. Formada predominantemente por cerca de 410 famílias produtoras de uvas, o foco principal é o da sustentabilidade. Desde 2001 a cooperativa tem um projeto para estímulo à produção orgânica entre os seus cooperados.

“O mercado brasileiro é tímido, porém vem crescendo de forma consistente e na casa de dois dígitos por ano. Primeiro estamos pensando na qualidade de vida do nosso produtor, e não distante disso temos um consumidor que quer hábitos de consumo mais saudáveis. A produção orgânica e biodinâmica e vem de encontro com as crenças”, afirma Alexandre Angonezi,diretor executivo da Cooperativa Garibaldi.

Segundo ele, dos cerca de 24 milhões de quilos de uvas produzidos pela cooperativa, 5% é de produção orgânica. Parte dessa produção deu origem ao primeiro lote de espumantes e sucos biodinâmicos certificados no país, o “Astral”. A agricultura biodinâmica é uma forma diferenciada de toda cadeia do cultivo que segue as mesmas normas da orgânica e inclui preceitos esotéricos que respeitam o equilíbrio entre a natureza, o homem e o universo.

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A Messe München do Brasil será apoiada pela bem-sucedida equipe drinktec, em Munique, e por uma forte rede de especialistas do setor na América Latina. Além disso, a INTECHTRA se beneficiará do conhecimento intersetorial da Messe München, que organiza feiras líderes também ou outros mercados, como analytica, AUTOMATICA e IFAT, entre muitas outras.

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