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Inovação em embalagens traz sustentabilidade para indústria de alimentos
Mariano Iocco. Divulgação

Inovação em embalagens traz sustentabilidade para indústria de alimentos

Por Mariano Iocco*

Sustentabilidade e segurança alimentar são assuntos que sempre estiveram presentes na agenda da indústria de alimentos. Todavia,  no último ano, diante das fortes transformações impulsionadas pela pandemia do Coronavírus, é inegável a necessidade de trazer estes temas para o debate e buscar alternativas para oferecer soluções mais sustentáveis e eficientes para proteção dos alimentos.

É neste contexto que as embalagens ganham destaque, revelando sua importância para conservação dos alimentos e abastecimento da população. Elas são fundamentais para evitar o alto índice de desperdício de comida e toda perda que existe por trás deste prejuízo. Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostrou que 30% dos alimentos produzidos hoje no mundo não são consumidos. O montante representa 1.3 bilhão de toneladas por ano. Este desperdício descartado em aterros confere uma emissão de gases de efeito estufa na ordem de 3.3 bilhões de toneladas de CO2. Os números são altos e contrapõem-se à triste realidade de desigualdade social e fome enfrentada ainda por cerca 88 milhões de pessoas segundo dados de 2020 da ONU.

Além desta realidade contraditória, em todo o mundo o desperdício de alimentos impacta na perda de recursos naturais utilizados para produção dos mesmos, como a água, por exemplo. Para se produzir um quilo de carne são necessários 15.400 litros de água, de acordo com a Water Footprint Network.  Diante deste cenário, é evidente a relevância do uso de embalagens de qualidade para conservação dos alimentos, reduzindo assim, sua perda. Faz parte da responsabilidade da indústria estar em constante pesquisa e desenvolvimento de soluções de proteção que aumentem o tempo de vida útil do produto, reduzindo desperdício na cadeia e colaborando com a preservação ambiental.

Por outro lado, quando olhamos para o descarte das embalagens plásticas, no Brasil o índice de reciclagem ainda segue baixo. Cerca de 24% de todo plástico pós consumo é reciclado no país, segundo pesquisa da Consultoria MaxiQuim e do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast). Embora o número tenha avançado 8,5% em relação ao ano anterior, ainda há um longo caminho a ser percorrido, principalmente em relação às embalagens flexíveis pós consumo.

A indústria tem capacidade para desenvolver embalagens recicláveis que possam retornar ao ciclo produtivo, porém ainda falta infraestrutura para que a reciclagem aconteça em larga escala em nosso país. Sendo assim, de maneira paralela ao avanço da reciclagem está a inovação para redução do plástico embutido nas embalagens.  Um exemplo está nas embalagens termoformadas para proteínas. Para um cenário que recicla pouco, é fundamental reduzir o plástico. Neste sentido a indústria na América Latina já dispõe de tecnologia de embalagem com filme de espessura reduzida que consome até 40% menos de plástico por unidade embalada, fator que oferece aos produtores de alimentos redução de pegada de carbono de até 32% no processo produtivo. Além da redução na gramatura das embalagens, tal tecnologia também é capaz de impactar positivamente os custos das operações, uma vez que melhora a eficiência operacional das linhas.

Embalagens com menos plástico também favorecem a experiência do consumidor. Um estudo da DS Smith apontou que 85% dos consumidores optam por produtos com menor embalagem possível. Além disso, oferecer segurança ao alimento em embalagens de menor tamanho e peso também colabora com os novos formatos de varejo, como lojas menores de conveniência e, principalmente o  e-commerce.

Desta maneira,  no contexto de reduzir, reciclar e reutilizar, a indústria segue  avançando na redução de material de maneira paralela ao avanço da reciclagem, sempre considerando a segurança alimentar, o atendimento aos novos hábitos de consumo e a sustentabilidade para a cadeia de alimentos.

*Mariano Iocco é Diretor de Marketing da Sealed Air para América Latina

 

 

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