Para evitá-la, é essencial o cumprimento de procedimentos para garantir a segurança de alimentos
Já parou pra pensar como muitas pessoas acabam tendo intoxicação ou infecção alimentar? Uma das formas de facilitar a ocorrência de uma DTA (Doença Transmitida pelo Alimento) é através da “contaminação cruzada”. Esse mecanismo consiste na “viagem” de um micro-organismo patogênico (aquele que pode causar uma doença) de um local contaminado até os meios de produção ou até um local não contaminado e, por consequência, ao consumidor do alimento.
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Um exemplo de contaminação cruzada na indústria é o armazenamento de vestimentas ou produtos de limpeza no mesmo local do alimento. Isso se aplica também às linhas de produção, onde colaboradores de diferentes setores se cumprimentam, frequentam o mesmo banheiro e áreas comuns e não mantém práticas de higiene pessoal, como por exemplo, lavar as mãos após ir ao banheiro. Isso favorece o transporte de bactérias de uma pessoa a outra, até chegar aos meios de produção.
Entretanto, a contaminação cruzada também acontece com alimentos que podem causar alergias alimentares, como ovos, leite, peixe, crustáceos, castanhas, amendoim, trigo, soja e seus derivados. Por exemplo, caso uma empresa fabrique duas bebidas distintas, uma sem nenhum alimento alergênico adicionado intencionalmente e outra à base de soja, ela deve realizar um programa de controle de alergênicos e avaliar o risco de contaminação e quais os controles serão necessários (inclusive em relação às declarações da sua embalagem).
A contaminação cruzada é um perigo para toda empresa e, principalmente, para os consumidores. Por isso, é essencial o cumprimento do manual BPF (Boas Práticas de Fabricação), fazendo limpezas diárias, trocas de uniforme, cuidados de higiene e armazenamento correto dos produtos, por exemplo. Mas, o manual não deve existir sozinho e nem ser a única forma de garantir um alimento seguro ao consumidor.
Para a analista de Qualidade e Meio Ambiente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), a engenheira de alimentos Domênica Maioli, a contaminação cruzada é um controle que deve ser realizado para garantir a segurança de alimentos. É importante classificar as áreas produtivas, conforme o potencial de contaminação, e identificar os pontos de contaminação cruzada através dos fluxos de processo. Caso a infraestrutura ou os procedimentos que a empresa tenha não consigam eliminar o risco da contaminação, será necessário implementar procedimentos como as Boas Práticas de Fabricação e a APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). O primeiro irá controlar os perigos do ambiente de processamento e, por consequência, criar um ambiente seguro. O segundo, por sua vez, controla os perigos no processo produtivo. Se ambos forem implementados dentro de um sistema de gestão que garanta a eficácia desses procedimentos, a empresa estará realizando um correto da contaminação cruzada.
É de extrema importância, para todos, que o processo de produção seja seguro, tanto para o fabricante, quanto para o consumidor. Desta forma, é obrigação do fabricante garantir a segurança de alimentos em todos os pontos da cadeia, desde a compra da matéria prima até o momento do consumo. Mantenha seu alimento e seus consumidores seguros.
* Com informações do Food Safety Brazil
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