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Alta direção é fundamental para obtenção de um alimento seguro

Alta direção é fundamental para obtenção de um alimento seguro

Com uma certificação de qualidade, por exemplo, é possível gerar mais vendas, alcançar mais mercados, abrir novos clientes.

O conceito de higiene adquiriu maior importância no final do século 19, após o reconhecimento de que os microrganismos poderiam ser a causa de inúmeras doenças, inclusive as transmitidas pelos alimentos (http://afrebras.org.br/noticias/os-alimentos-transmitem-doencas/). Ao longo dos anos, diversos programas de qualidade surgiram para que fosse possível garantir um produto de qualidade e seguro ao consumidor.

Porém, quando a indústria de alimentos surgiu, era incomum falar em controles, em padronizações, em segurança de processos e até na importância da higiene do manipulador e da indústria, conceitos que hoje são fundamentais para qualquer indústria que produza alimentos. Foi uma quebra de paradigma, o que ocorre até hoje.

E uma coisa é fato: a mudança de hábito é muito difícil, pois demanda várias ações, recursos e acontecimentos conectados. Ela não pode ser sustentada se não acontecer como um processo. E ainda hoje é possível ouvir, desde donos de indústrias até colaboradores, frases como “sempre fiz assim e nunca deu problema”, quando o tema é controle de qualidade e segurança de alimentos.

As legislações começaram a surgir e, junto com elas, as obrigatoriedades também. Muitas empresas só realizavam esses controles porque eram obrigadas pelos órgãos regulamentadores. Ao mesmo tempo que esses programas se desenvolveram e foram sendo implementados nas indústrias, uma falácia foi disseminada, inclusive por donos de empresas, afirmando que “esses controles são só papeis”.

E sim, quando mal utilizados e implementados sem o comprometimento da alta direção da empresa, eles são só papeis sem utilidade e cumprindo horário na gaveta para serem apresentados aos órgãos fiscalizadores.

Porém, quando a alta direção compra a ideia do controle de qualidade e segurança de alimentos e as ferramentas são levadas a sério e implementadas de forma correta, a empresa tende a crescer. E isso gera impacto inclusive nas vendas.

Com uma certificação de qualidade, por exemplo, é possível gerar mais vendas, alcançar mais mercados, abrir novos clientes. Isso tudo porque o mundo mudou e temos um mercado mais exigente hoje, que quer comprar alimentos seguros e de qualidade. E não só isso, querem saber qual empresa cumpre isso e qual não cumpre.

Além de aumentar negócios em potenciais, a empresa que agrega aos seus valores o conceito de alimento seguro e que cumpre com isso ao longo da cadeia de produção gera credibilidade no mercado. E isso é valor para muita gente.

Mas, nada disso dará certo se a alta direção da empresa não incentivar esses controles. Quando o cinto de segurança dos veículos passou a ser obrigatório, em 1994, iniciou-se uma polêmica pois as pessoas não estavam acostumadas a utilizá-lo. Mas aos poucos foi sendo incorporado no dia a dia e se transformou em um hábito de motoristas e passageiros brasileiros, garantindo que milhares de vidas fossem salvas.

O mesmo pensamento deve ser seguido pela alta direção das indústrias. Qualidade deve ser obrigatória e depois que vira um hábito, muitos frutos positivos podem ser originados disso.

Domênica Maioli, analista de controle de qualidade e meio ambiente da Afrebras

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