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Desinformação coloca indústria alimentícia como vilã, mas setor quer reverter cenário

Na avaliação de representantes da indústria, os regulatórios têm restringido o direito à liberdade de escolha do consumidor.

São Paulo, 4 de abril de 2019 – O tema mais abordado no primeiro dia de Congresso do Wellfood Ingredients – Feira Internacional de Ingredientes Funcionais, Nutracêuticos e Naturais foi a falta de informação do consumidor sobre alimentos industrializados. Segundo membros do setor, as agências regulatórias têm papel fundamental neste cenário, limitando a divulgação de certos assuntos relacionados, principalmente, a parte científica desse tipo de produto. Essa falta de comunicação é vista como um problema, que pode comprometer a liberdade de escolha e até mesmo a segurança do consumidor.

De acordo com Luis Madi, Diretor de Assuntos Institucionais e Internacionais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (ITAL/SAA), a indústria aposta fortemente na segurança dos alimentos, porém, o consumidor não tem acesso a esse tipo de informação. “Não chega até a população a evolução da ciência no setor. A desinformação acaba se tornando a maior vilã da indústria”, afirma Madi.

Durante as palestras e debate, os interlocutores foram unânimes ao concordar que os regulatórios têm restringido o direito à liberdade de escolha do consumidor, que acaba ficando à mercê de um mercado paralelo, que trabalha em cima da refutação do estilo de vida contemporâneo, mas ainda com pouco embasamento científico. Diante desse aspecto, o consumidor ficaria vulnerável à informações marcadas pelo modismo e por ideologias.

Alexandre Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR), foi categórico em sua fala durante o debate ao dizer que a indústria tem total interesse em informar seus consumidores sobre seus produtos, mas que, porém, só pode falar sobre aquilo que é autorizada pelas agências regulatórias. “Todos nós queremos uma vida mais saudável. Mas é importante que o consumidor tenha o direito de escolher. Se esses alimentos fossem nocivos, eles seriam proibidos. O consumo excessivo é outro assunto”, argumenta Jobim.

No final da primeira rodada de conversa, Madi, da ITAL, convidou os presentes a acessarem e divulgarem o site www.alimentosprocessados.com.br, onde consta informações sobre mitos e verdades sobre esse tipo de alimento.

Consumidor busca cada vez mais alimentos e bebidas saudáveis, segundo pesquisa da Euromonitor

Dados da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International revelam que o segmento de produtos saudáveis está apresentando um crescimento superior ao das indústrias de alimentos e bebidas à medida em que os consumidores buscam alternativas mais naturais e funcionais. A informação é do Head de Pesquisa de Alimentos da Euromonitor, Lamine Lahouasnia, que falou sobre as “As principais tendências globais no segmento de alimentos e bebidas saudáveis e as previsões do setor para os próximos anos na América do Sul”, durante o primeiro dia de Congresso no Wellfood Ingredients – Feira Internacional de Ingredientes Funcionais, Nutracêuticos e Naturais, no Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo.

Lahouasnia destacou as tendências de consumo e oportunidades para o segmento que está em constante expansão. “É um mercado de mais de US$ 700 bilhões e com condições de chegar em breve a US$ 1 trilhão”, destacou. Na sua avaliação, alimentos ricos em calorias vazias – aqueles altamente energéticos e pobres nutricionalmente, mas que ficaram famosos por ter um sabor extremamente agradável – estão esgotados, e a preocupação com a qualidade do nutrientes está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas. “Um exemplo são as bebidas energéticas que tiveram queda de 9% nas vendas entre 2015 e 2018, enquanto o segmento de sucos 100% naturais cresceu 25% no mesmo período”.

O executivo destaca cinco segmentos com potencial crescimento nos próximos anos. O de alimentos e bebidas saudáveis, que hoje já responde por US$ 269 bilhões em faturamento anual no mundo; os alimentos funcionais e fortificados, com US$ 261 bilhões; os Free From, US$ 56 bi; orgânicos, US$ 46 bi; e os better for you (melhor para você), com US$ 112 bilhões.

O acesso à informação, graças a Internet, segundo Lahouasnia acelera essa mudança de hábito alimentar. “A mensagem do que é bom não está mais nas mãos dos fabricantes de alimentos, mas do próprio consumidor, que busca se informar melhor”. Outro fator é a pressão ambiental que tem levado até mesmo pessoas que não são veganas a buscar produtos vegetarianos. “No Brasil já existe uma preferência por alimentos naturais, saudáveis até pela facilidade de conseguir adquirir esses produtos”, diz o executivo com base na pesquisa sobre as tendências realizada em 55 países pela Euromonitor. “Essa tendência continua a crescer”.

Alimento tem que ser saudável e oferecer uma experiência sensorial

O consumo de alimentos se torna cada vez mais uma experiência sensorial, obrigando a indústria a ter mais foco no ser humano e menos no consumidor. A opinião é da Diretora de Keyweb Lab da Equilibrium, Carolina Godoy, que falou sobre “QTrends – Inovação sob a ótica do comportamento do consumidor e sua relação com a nutrição”, durante o Congresso Wellfood, em São Paulo.

Energia se tornou um elemento-chave nos estilos de vida contemporâneos dos consumidores. Eles estão adotando uma visão mais holística sobre que é ser saudável, afastando-se somente do conceito de controle de peso. “A escolha é feita de forma mais abrangente. Os millenials comem com um propósito. A percepção sensorial é importante, não adianta ser apenas um produto saudável, precisa ter sabor. E a indústria precisa correr atrás para atender essa demanda”, defende Carolina.

Para a executiva, “os consumidores reconhecem que há uma conexão implícita entre sua energia e os alimentos que ingerem, impulsionando o crescimento de alimentos com um posicionamento relacionado ao aumento de energia”.

Existe, ainda, uma ótima oportunidade, segundo Carolina, para modelos alternativos de negócio na indústria de alimentos, levando à ascensão dos clubes de assinaturas. “As pessoas recebem em casa as receitas e os produtos na proporção exata, o que possibilita ter uma experiência na produção de seu alimento, num resgate do passado, mas sem ter que dispender muito tempo”, explica.

Carolina lembra ainda que hoje a comida também ganhou status. “Não é possível apenas comer é preciso fotografar e colocar na internet. Tudo tem que ser postado e compartilhado”.

Diana Foods traz saudabilidade aos alimentos processados por meio de aditivos naturais

Como uma alternativa às vitaminas e aos minerais artificiais que possam conter nos alimentos industrializados e processados, a Diana Food aposta na oferta de compostos naturais para aumentar a saudabilidade desses tipos de produtos, como é o caso da vitamina C natural.

Stéphanie Pretesacque, representante global da empresa durante o evento, explica que é possível extrair esses elementos naturais e inseri-los nos alimentos industrializados, aumentando a funcionalidade dos produtos. “A vitamina C da acerola, uma fruta vasta no Brasil, pode ser colocada no lugar da vitamina C artificial. Por ser natural, sua absorção é mais rápida e mais efetiva”, diz a porta-voz.

A empresa, que afirma aliar o “melhor da natureza com o melhor da ciência”, oferece ingredientes naturais com base em estudos que comprovam seus efeitos positivos e funcionais no corpo, impactando desde quem pratica esportes até mulheres, que tendem a sofrer com patologias como a infecção urinária.

O diretor de vendas da Diana Food na América Latina, Thomas Muhlhausser, destaca no portfólio da empresa, além da vitamina C extraída da acerola, o cranberry e suas propriedades anti-inflamatórias, e o extrato do brócolis, além de outras vitaminas e minerais. “Nossos produtos vêm de fonte natural. Você pode usá-los na produção de qualquer alimento. Buscamos levar para a indústria mais saudabilidade, para que ela troque os produtos sintéticos por versões naturais”, explica Muhlhausser.

Acompanhe os dias de palestras do Congresso WellFood pelo site http://www.wellfoodsummit.com.br/congresso/

Serviço:

WellFood Ingredients 2019

Data: 3 e 4 de abril

Local: Centro de Eventos Pro Magno

Endereço: Av Professora Ida Kolb 513 – Jardim das Laranjeiras

Horário: Congresso das 09:00 às 17:45 / Exposição das 10:00 às 19:00

Mais informações: www.wellfoodsummit.com.br

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